Desafio-te Zé

Estive presente na reunião sindical do dia 11 de Setembro, na esperança de ter boas novas, ou no mínimo, boas perspectivas, mas como as Torres Gémeas, ...cairam. Saí novamente desiludido. Voltamos a falar, mais uma vez, de coisas pouco contretas para nós enfermeiros (carreiras, avaliação de desempenho, etc... tudo tangas, irão existir cotas, e só haverá mudanças de escalões, se houver dotação orçamental da instituição, ou seja, na melhor das hipóteses, cerca de 5% dos enfermeiros das respectivas instituições irão mudar de escalões, e volto a repetir, se houver dotação).

Por isso Zé, desafio-te: 

 Apresenta, de forma concreto tanto em dinheiros como tempo, valores para o início da carreira, e valores para os restantes, e com as disposições transitórias, já tudo com datas concretas: exemplo, concreto, a partir de Janeiro de 2014 será aplicado a todos os enfermeiros os seguintes valores:

- início de carreira 1.500 euros, Enfermeiros com 5 anos de carreira 1.700, e assim sucessivamente; 

- Enfermeiro Especialista início 1.750 euros, com 5 anos de carreira 2.050 euros, e assim sucessivamente;

- Enfermeiro Chefe/Gestor início 2.100 euros, com 5 anos de carreira 2.400 euros, e assim sucessivamente, se quiseres, depois mando-te, os restantes valores, e tempo).

Quem disser que não é o momento, ficam a saber o seguinte: os médicos vão ser aumentados em 44% (1.700 euros+44% dá cerca de 2.500 euros mensais para início de carreira), e devido à imposição da Troika deve haver uma redução de 8% nos custos da saúde (com um aumento de 44% no vencimento dos médicos, onde vão cortar ??!!!).

Os sindicatos dos médicos conseguiram, e os nossos??? SEP, SE, SIPE, etc..????

Têm que se sentarem todos (SEP, SE, SIPE, etc...) e irem todos, com os mesmos valores, não conversar, que de conversas estou farto, mas impor,  e também com datas concretas, até Junho de 2013, ao ministério da saúde, aquilo que achamos, minimamente digno, para nós Enfermeiros.

Recapitulando: até Junho de 2013, o ministério da saúde deverá assinar, com os sindicatos, um acordo sobre as tabelas salariais (início de carreira, e restantes enfermeiros, valores concretos) a aplicar a partir de Janeiro de 2014.

Se tu e os restantes sindicatos não conseguirem, só tens uma saída, tu e os outros presidentes dos diferentes sindicatos: DEMISSÃO.

o que está a fazer o SEP?

Simples: NADA!!!
Já mandei uma carta com aviso de recepção à exigir a marcação de eleições (dia 20 de Dezembro de 2010), e passado mais de 15 dias, ainda não obtive nenhuma resposta. Mandei hoje para o Juiz de Direito do Tribunal de Trabalho do Porto, uma carta registada a denunciar a situação vivida no SEP (sem direcção "legalmente" eleita desde Junho de 2009, de acordo com os Estatutos do SEP) e pedindo que seja tomada uma atitude (espero que não tenhamos no SEP um novo "Hugo Chavez").
Temos de ter uma nova direcção no SEP, com uma atitude diferente.
Sim, o que faz falta aos Enfermeiros, são pessoas DETERMINADAS, sem medo de represálias (só encontro esta explicação) com vontade de dar aos Enfermeiros aquilo que eles têm direito por mérito próprio, ou seja, em primeiro lugar uma remuneração digna (já somos licenciados!!!) e é para já, e não essa brincadeira de 1200 euros para 2013. Quero, e mereço (MERECEMOS TODOS OS LICENCIADOS EM ENFERMAGEM) um início de carreira com 1400 euros mensais (os enfermeiros veterinários ganham 1373 euros mensais), e um acréscimo de 200 a 300 euros para os restantes enfermeiros licenciados. Não vou aqui dizer o porquê, porque todos nós já sabemos o(s) motivo(s).
 A direcção do SEP tem em primeiro lugar que marcar eleições, para as quais irei concorrer com outros colegas descontentes com a actual direcção. Só farei uma promessa que irei cumprir, porque sou uma pessoa DETERMINADA, que é: 1400 euros para o início de carreira e um acréscimo de 200 a 300 euros para os restantes enfermeiros licenciados. Porque se em 18 meses (sim em ano e meio) não atingir esse objectivo, irei marcar novas eleições, porque não fui capaz de atingir esse objectivo, que SÓ será alcançado com a PARTICIPAÇÃO E COLABORAÇÃO DE TODOS OS ENFERMEIROS. Ao contrário de alguns, não estou "agarrado" ao lugar. Espero que a próxima direcção do SEP tenha essa coragem (consegue cumprir com os objectivos, continua; não consegue, tem de ter vergonha e demitir-se, quero ver se vão ou não ter essa CORAGEM). O sindicalismo deve ser "refrescado" com novos elementos DETERMINADOS. Porque só assim vamos evoluir e progredir em todas vertentes.

Como valorizar-me

Sou enfermeiro desde de 1993, sou licenciado, tenho uma especialidade, e uma pós-graduação em gestão e administração hospitalar. Tenho tido algum protagonismo na melhoria dos cuidados de saúde, e em particular de enfermagem no meu local de trabalho, e o que ganhei com isso?... NADA.
Estou cansado e zangado, desde de 2003 que não sou aumentado, excepto nos impostos e nas minhas despesas. Ganho 1.386,92 euros mensais (17 anos de carreira na função pública como enfermeiro, especialista, com uma pós-graduação).
O meu sindicato (SEP) não fez rigorosamente nada por mim, e por milhares de enfermeiros. Só defendeu o interesse dos chefes e supervisores, mas a maioria dos sindicalizados não são chefes nem supervisores. O SEP nunca deveria ter aceite tal acordo: ganhamos TODOS ou NINGUÉM.
Estou revoltado por isso proponho o seguinte: GREVE POR TEMPO INDETERMINADO NOS BLOCOS OPERATÓRIOS DO PAÍS ATÉ SERMOS TODOS PAGOS COMO MERECEMOS.
Estratégia:
1º - criação de 1 conta bancária para pagamento dos nossos colegas em greve.
2º - depósito mensal por todos os enfermeiros de 2,50 euros para a referida conta (somos cerca de 45000: dá 112.500 euros/mensal).
3º - pedido de reunião com o ministério da saúde em Janeiro de 2011.
4º - EXIGIR o pagamento IMEDIATO para todos os enfermeiros do devido valor remuneratório.
5º - se não houver resposta IMEDIATA programação de uma greve geral nos blocos operatórios a partir de Março de 2011, por tempo indeterminado.
Colegas, não acredito que o governo tenha CORAGEM e FORÇA para ter os B.O. fechados durante 15 dias quanto mais 1, 2, ou 3 meses (depois vem as férias com uma redução das cirurgias).
Vamos fazer contas 112.500 euros vezes 6 meses (de Outubro de 2010 até Março de 2011) dá 675.000 euros valor suficiente para pagar a todos os colegas dos B.O. as perdas monetárias (inclui a redução de 1/6 dos vencimentos + o subsídio de alimentação).